Ela.Jato de tinta sobre papel de algodão. 100×75. 2/5. Coleção Marta Garcia.
Ela
Escola de Artes Visuais/ Cantão. Edição especial de autor
Celeiro
e espero alí um reencontro com a minha amada
Cão Rothko
Minissaia
Casa Vassoura
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As gueixas
O valor da fotografia é maior do que suas características técnicas ou estéticas. Ela se potencializa na simbiose com a memória, afeto, existência, transfiguração do acaso em oportunidade, materialização do tempo e desmaterialização do mundo. Os surrealistas adoravam fotografias por serem banais, fantasmagóricas, pessoais, negativas x positivas, miméticas; por seu caráter de fragmento. Do surrealismo vieram Cartier Bresson e Man Ray. Os dois descobriram no acaso, a mola propulsora da fotografia e ela nos liberou para admirar o acaso, desligado da superstição. Há tambem essa angústia terrível de assistir a multiplicação de imagens, vagando por aí, precisando de algum olhar.. A imagem é a fonte da juventude, o fruto da busca pela vida eterna. Fantasma, a imagem assiste o mundo envelhecer. Imagem apareceu para substituir, Zombie sugando da vitalidade que duplicou. Simulacro de nossa identidade. A fotografia é a pedra fundamental, principio desse mundo em que vivemos: telas, mensagem, comunicaçao, informação. Reprodução de fantasmas. A imagem inalterada sublinha o horror do envelhecimento e da deterioração. O retrato de Dorian Grey.
Em 2010, encontrei 4 slides estragados.. restos de uma sessão de fotos vagando em gavetas úmidas. 4 imagens vencidas pelo tempo. Quando encontramos um trabalho estragado, sentimos raiva, nos sentimos envelhecidos e derrotados mas eu estava exultante. Eu havia feito uma mudança radical, largado uma casa que era errada para mim, empacotado minhas coisas em um guarda moveis. Morei em casa de mãe, viajei, vaguei um tempo também até encontrar um novo lugar. Mudanças não saem barato.. custam perdas e danos mas quando encontrei os 4 slides estragados no fundo de uma gaveta, senti que havia descoberto um tesouro. As gueixas tatuadas pela umidade eram filhas de Man Ray. Um acaso surrealista. Ampliei, emoldurei e entreguei para a galeria de arte.
Minissaia
A fotografia é revelada. Essa, das pernas da Luzia, levou mais de 20 anos para revelar.. e ganhar o espaço dela. Fiz a foto em casa, ví as sombras nas pernas e o instinto me dizia que era uma boa foto. Depois, os contatos confirmaram a intuiçao. Ampliei em 24 x 30cm e não sabia o que fazer com a imagem. Ela andava numa pasta. Quando montei um site de fotografo, inclui as pernas, porque gostava.. e mesmo assim ela não pertencia. Anos depois, enviei a foto para um projeto de parceria entre a Escola De Artes Visuais do Parque Lage e o Cantão. Daí a imagem foi estampada numa camiseta… Logo depois ampliei em um metro de altura. A ampliação definitiva criou um totem, foi para a galeria de arte. A camiseta é um objeto surrealista em que um par de pernas veste o tronco. O surrealismo me ensinou muito a lidar com a fotografia. Essa imagem pertence a ele.
Sombra de árvore no Rio de Janeiro.
Uma semana depois de fotografar a cadeira em Los Angeles, eu estava de volta no Rio de Janeiro e fotografei essa sombra no terraço do apartamento. Queria demonstrar uma equivalencia que ocorre no olhar e une asuntos e tempos dispares. Não acredito muito em planos e cerebralismos no meu processo de trabalho e logo abandonei esse tipo de procedimento. Se eu fosse inteligente mesmo, trabalhava na cura de doenças e para erradicar a pobreza, algo assim. Sou apenas um cara teimoso, desajustado que gosta de mostrar imagens aos outros.
cadeira em Los Angeles
Essa foto é uma citação a fotografia americana dos anos 70. Estava em Los Angeles e toda a formação que tive, olhando o trabalho de Lee Friedlander, Robert Adams,[2] Lewis Baltz,[3] Frank Gohlke, Stephen Shore[4.. , apareceu quando olhei essa cadeira. Apertei o botão.. clac.
Cabelos no canavial
Paula Toller. Fotografamos num canavial em Pernambuco. Eu procurava uma imagem para a capa do disco. Acabou saindo, de uma foto dos tres. Gosto mais dessa… do primeiro plano desfocado, os cabelos e as folhas que se equivalem, unss pra cima, outros pra baixo; gosto das fotos por esses motivos, pelas razões mais peculiares.